Saga dos sete mares, crítica à POTC 3

Assunto: Saga dos sete mares, crítica à POTC 3 Dom Dez 30, 2007 9:38 pm

Citação :: O longa Piratas do Caribe No fim do mundo ganha registro em DVD

Quando chegou aos cinemas, em 2003, muita gente se surpreendeu.
Afinal, filmes do gênero capa e espada, com bandidos cruzando os sete mares a fim de reunir riquezas, já não eram feitos há anos.
Mas a série Piratas do Caribe, que nasceu da proposta da Disney de transformar um brinquedo popular do parque
num produto midiático, virou uma das franquias cinematográficas mais bem-sucedidas de todos os tempos, com arrecadação mundial superior a US$2,6 bilhões.
E o fôlego se estendeu até o último episódio, No fim do mundo, que rendeu cerca de US$958,4 milhões.
O motivo de tanto sucesso, o público pode tentar entender com a chegada do DVD às locadoras e lojas do ramo,
arrematando as aventuras do Capitão Jack Sparrow (um dos melhores pesonagens de Johnny Depp)
e sua trupe de piratas num filme bastante superior ao segundo, O baú da morte (2006), ainda que nenhum dos dois supere o brilho do primeiro,
A maldição do Pérola Negra (2003).

Dessa vez, o cerco no filme mais uma vez dirigido por Gore Verbinski se fecha ainda mais ao redor de Sparrow.
Abandonado numa espécie de exílio/maldição, ele não sabe que sua tripulação segue pelos mares agora liderada pelo ressuscitado
Capitão Barbossa (Geoffrey Rush, maravilhoso) e que todos fogem da Companhia das Índias, que domina o temível
navio-fantasma Flying Dutchman, do Capitão Davy Jones (o sempre interessante Bill Nighty), com objetivo de dizimar todos os piratas da face da Terra.
Por isso, se faz tão necessário resgatar Sparrow, iniciativa que Will Turner (Orlando Bloom, numa atuação sem esforço), Elizabeth Swan (Keira Knghtley, ainda fazendo cara de bichinho para ser sexy)
e até Barbossa tomam sem pestanejar. A idéia é reunir os nove lordes da pirataria, entre eles o Capitão Sao-Feng (Chow Yun-Fat, que pouco acrescenta à trama).

Dessa vez, a história repleta de ação (ligeiramente confusa em determinados momentos) não foca somente no afetado e divertido Jack Sparrow.
Ainda que seja o personagem mais charmoso e dramaticamente rico, ele tem coadjuvantes demais.
Com alguns, pouco cruza. Com outros, bate uma bola legal, a exemplo de Barbossa, um dos grandes trunfos desse terceiro longa.
Juntos, os aliados temporários reeditam ótimos momentos da primeira saga da série, com diáogos afiados e total afinidade entre Depp e Rush,
até porque, depois de três longas, as maneirices de Jack Sparrow já começavam a dar mostra de cansaço.
Bacana é ver sua fonte de inspiração, o guitarrista Keith Richards (Rolling Stones), aparecer como seu pai, numa passagem rápida, porém importante.

Embora seja muito próximo ao espírito do filme original, Piratas do Caribe - No fim do mundo padece de dois problemas cruciais:
muitas histórias paralelas para serem amarradas e uma trama demais, espichada em 170 minutos.
Bom é que, ao contrário do segundo longa, este não enche linguiça.
Ou melhor, os soberbos especiais, espalhados em ótimas cenas de batalha, não deixam o público perceber possíveis buracos no roteiro.
Complicado mesmo só no final, ou melhor, nos finais.
São três, ao todo. Isso sem contar o quarto, escondido após os créditos.
Não vá se passar. Pena que o DVD só traga como novidade uma sequência de erros de gravação.
É hilário, dá para garantir, mas depois talvez o público que tranformou a série num megasucesso merecesse mais.

***

FICHA

DVD: Piratas do Caribe � No fim do mundo (2007)
Direção: Gore Verbinski
Elenco: Johnny Depp, Keira Knightley, Geofrey Rush, Orlando Bloom e Chow Yun-Fat
Duração: 170 minutos
Preço: R$40

Fonte: Correio da Bahia